O mundo está passando por uma transformação sem precedentes no que diz respeito à conscientização ambiental e às ações que as empresas estão tomando para mitigar as mudanças climáticas.
Uma das tendências mais marcantes nesse cenário é o crescimento do mercado de carbono.
Neste blog, vamos explorar o que é o mercado de carbono, como ele funciona, e por que as empresas estão cada vez mais interessadas em participar dessa revolução verde?
Vamos destacar também as vantagens que o mercado de carbono oferece às empresas comprometidas com a sustentabilidade e como essa participação pode ser vantajosa tanto do ponto de vista ambiental quanto econômico.
Acompanhe e descubra como sua empresa pode prosperar no cenário sustentável do mercado de carbono!
Mercado de Carbono: Nova commodity mundial
O mercado de carbono teve origem na Conferência ECO-92, no Rio de Janeiro, quando foi criada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC).
Em 1997, durante a Conferência de Quioto, Japão, o Protocolo de Kyoto estabeleceu compromissos rigorosos para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Em 2015, surgiu um novo tratado internacional, o Acordo de Paris, substituindo o Protocolo de Kyoto a partir de 2020.
O artigo 6 do Acordo de Paris foca em regular o mercado de carbono, incentivando a cooperação entre países para a compra e venda de créditos de carbono, com o objetivo de acelerar o cumprimento das metas de redução de emissões.
Desde 2016, o Brasil estabeleceu metas ambiciosas: reduzir as emissões em pelo menos 37% até 2030, comparado aos níveis de 2005.
Assim, o mercado de carbono nasceu como um sistema de compra e venda de permissões para emitir carbono equivalente, incentivando a redução de emissões e transformando o carbono em uma commodity negociável.
Carbono equivalente
Para compreender o mercado de carbono, é fundamental assimilar o conceito de “carbono equivalente”.
Em termos simples, isso refere-se à quantidade de GEEs liberada na atmosfera por uma atividade, produto ou empresa. Essas emissões são quantificadas em unidades de carbono equivalente, frequentemente expressas em toneladas métricas de CO2.
Ou seja, o carbono equivalente foi criado para unificar todos os gases do efeito estufa em uma única medida, viabilizando o mercado de crédito de carbono.
O mercado de carbono, por sua vez, opera como um sistema que possibilita às empresas adquirir, vender e negociar permissões para emitir carbono equivalente.
Ele funciona como uma espécie de “bolsa de valores” para emissões de carbono. Empresas que conseguem reduzir suas emissões abaixo de um limite pré-determinado podem vender essas economias de carbono sob a forma de créditos de carbono para aquelas que excedem seus limites.
A ideia central aqui é estabelecer um incentivo financeiro para que as empresas reduzam suas emissões de GEEs, contribuindo assim na luta contra as mudanças climáticas.
À medida que a conscientização ambiental cresce, o valor dos créditos de carbono tende a aumentar, consolidando-se como uma commodity global cada vez mais importante.
Neste contexto, no mercado de carbono, além do compromisso em conter o avanço do efeito estufa e seus impactos no meio ambiente, há um impacto econômico significativo!
A compra e venda de créditos de carbono estão se tornando uma fonte de receita expressiva, especialmente em países com vasta riqueza natural, como o Brasil.
Isso representa uma oportunidade única para empresas e nações alinhadas com a sustentabilidade aproveitarem as recompensas financeiras da economia verde.
Como funciona?
Um crédito de carbono equivale à redução de 1 tonelada de CO2 na atmosfera. Isso ocorre por meio de projetos que adotam práticas de baixa emissão de carbono, seja no mercado regulamentado ou por iniciativa privada, como você entenderá melhor a seguir!
Existem dois modelos de mercado de carbono em todo o mundo: o regulado e o voluntário.
No mercado regulado, decorrente do Protocolo de Kyoto, as reduções de emissões são obrigatórias, conforme acordos internacionais.
Países que ultrapassam seus limites de emissões precisam comprar créditos de carbono de nações que emitiram menos.
Vários mercados regulados operam globalmente, incluindo Califórnia (EUA), Quebec (Canadá), China e a União Europeia.
Já no mercado voluntário, que surgiu paralelamente ao Protocolo de Kyoto, as organizações decidem compensar suas emissões industriais ou comerciais comprando créditos de carbono de projetos que removem GEEs da atmosfera.
Esses projetos incluem iniciativas como energia renovável, reflorestamento e conservação florestal.
Essa abordagem oferece flexibilidade às organizações privadas e envolvidas com a Agenda ESG (Ambiental, Social e de Governança), que desejam tomar medidas adicionais no combate às mudanças climáticas, indo além do que é exigido pelas regulamentações.
E no Brasil? País avança em direção à descarbonização da economia
Para o Brasil, o mercado de carbono oferece uma grande oportunidade, dada sua vasta riqueza natural, e o país segue avançando na agenda da economia verde!
No dia 04 de outubro de 2023, o projeto de lei que cria o mercado de créditos de carbono foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado e, por ter caráter terminativo, segue diretamente para a Câmara dos Deputados. Saiba mais lendo esta notícia.
O projeto prevê a criação do Sistema Brasileiro do Comércio de Emissões (SBCE) e regula as emissões de empresas que emitem acima de 10 mil toneladas por ano.
Portanto, essas empresas deverão submeter relatórios de suas emissões ao órgão responsável pela administração do mercado de carbono.
Conforme as regras do projeto, quem conseguir reduzir suas emissões pode comprar créditos e vendê-los para aqueles que não cumprirem suas cotas. Isso visa a incentivar a redução das emissões, conforme previsto na Política Nacional sobre Mudança do Clima e em acordos internacionais do Brasil
No entanto, as atividades primárias do agronegócio foram excluídas do mercado regulado e foram oficialmente categorizadas no mercado voluntário de carbono
O projeto reconhece o mercado voluntário, onde empresas e governos podem participar da compensação de emissões. Transações no mercado voluntário não seriam taxadas.
O mercado voluntário tem crescido no Brasil, com várias empresas comprometidas em reduzir ou compensar emissões.
Alguns dados divulgados desse mercado são:
No Brasil, anualmente, são gerados aproximadamente 5 milhões de créditos de carbono no mercado voluntário. Entretanto, isso representa menos de 1% do potencial anual do país.
O Brasil detém atualmente 15% do potencial global de captura de carbono através de processos naturais, mas diante da crescente demanda mundial, o país poderia suprir até 48,7% dessa demanda por créditos de carbono até 2030. Isso se deve, em grande parte, à importância da Amazônia nesse contexto.
O papel das empresas no Mercado de Carbono
No mercado de carbono, existem três atores principais:
1. Reguladores
Governos e agências reguladoras estabelecem os limites de emissões de carbono para empresas em sua jurisdição.
Eles também supervisionam a conformidade e aplicam penalidades em caso de não cumprimento.
2. Empresas emissoras
São as empresas que emitem GEEs em suas operações. Elas podem comprar créditos de carbono para compensar suas emissões excessivas.
O papel das empresas emissoras é fundamental, pois elas podem adotar estratégias de sustentabilidade para reduzir suas emissões e, ao mesmo tempo, aproveitar as oportunidades de negócios no mercado de carbono.
Ao fazer isso, elas não apenas contribuem para a redução das emissões globais, mas também fortalecem sua imagem de marca e demonstram compromisso com o desenvolvimento sustentável.
3. Empresas de crédito de carbono
São organizações que emitem créditos de carbono certificados, geralmente após a realização de projetos que reduzem as emissões.
Esses créditos podem ser comprados por empresas emissoras para cumprir seus limites de emissão.
A seguir, conheça as vantagens do mercado de carbono para a sua empresa!
Vantagens para as empresas
Conheça agora as vantagens que o mercado de carbono pode oferecer à sua empresa.
Descubra como essa abordagem não apenas impulsiona a sustentabilidade, mas também traz benefícios financeiros e competitivos significativos.
Reputação Sustentável
Participar do mercado de carbono mostra que sua empresa está comprometida com a sustentabilidade e a redução das emissões, o que pode atrair clientes conscientes e investidores ESG.
Acesso a Financiamento Verde
Muitas instituições financeiras estão priorizando investimentos em empresas sustentáveis.
Ao reduzir suas emissões e participar do mercado de carbono, sua empresa pode ter acesso a financiamentos favoráveis.
Competitividade Global
À medida que as regulamentações ambientais se tornam mais rigorosas, as empresas que já estão em conformidade com os limites de emissão terão vantagem competitiva em mercados internacionais.
Redução do Custo Social do Carbono
O “Custo Social do Carbono” se refere ao impacto econômico e social causado pelas mudanças climáticas devido às emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Esse custo engloba uma série de consequências, como desastres naturais (como furacões, inundações e incêndios florestais) causados ou agravados pelo aumento das temperaturas globais, bem como os impactos na saúde pública decorrentes da poluição do ar e das condições climáticas extremas.
Quando uma empresa participa ativamente do mercado de carbono e reduz suas emissões de GEE, está contribuindo para a mitigação desses impactos negativos.
Isso ocorre porque, ao reduzir as emissões, a empresa está ajudando a desacelerar o aquecimento global e, consequentemente, a reduzir a ocorrência de eventos climáticos extremos.
Além disso, a diminuição da poluição do ar também pode resultar em benefícios para a saúde pública, como a redução de doenças respiratórias.
Portanto, ao contribuir para a redução das emissões globais de carbono, sua empresa não apenas melhora sua própria sustentabilidade, mas também desempenha um papel importante na redução dos custos sociais associados às mudanças climáticas, tornando o mundo mais resiliente e seguro para as gerações futuras.
Como vimos, o mercado de carbono é uma oportunidade real para empresas comprometidas com a sustentabilidade.
O Grypo Myr está aqui para ajudá-lo!
Atuamos no mercado de crédito de carbono, auxiliando nossos clientes a identificar oportunidades de redução de emissões e a aproveitar os benefícios desse mercado em crescimento.
Se sua empresa deseja dar um passo em direção à sustentabilidade e ao sucesso nos mercados globais, entre em contato conosco e descubra como fazer a diferença no combate às mudanças climáticas e construir um futuro mais sustentável.
Juntos, podemos criar um futuro mais verde e lucrativo para todos!
Gostou deste conteúdo? Aproveite e leia também outros artigos relacionados:
- Desvendando a pegada de carbono: O que é, como medir e como reduzir seu impacto ambiental?
- Cidades de baixo carbono: Conheça os benefícios econômicos da transição para um futuro mais sustentável!
- ESG e Mudanças Climáticas: Compreenda a centralidade da agenda climática – Uma reflexão do Grupo Myr!
Siga também o Grypo Myr nas redes sociais (LinkedIn, Instagram e Facebook) e também em nossos canais: YouTube e Podcast!