A crise da biodiversidade exige soluções concretas e inovadoras para proteger ecossistemas e espécies ameaçadas. Entre as novas estratégias de financiamento ambiental, os Créditos de biodiversidade estão ganhando destaque como ferramenta capaz de unir conservação e geração de valor econômico.
Neste blog, você vai entender por que eles estão crescendo no mundo, como funcionam, quais são os principais desafios e de que forma já começam a transformar políticas ambientais no Brasil.
Continue a leitura e fique bem informado!
Panorama atual: O que explica o crescimento dos Créditos de Biodiversidade?
A perda da biodiversidade avança em ritmo preocupante. Segundo o Living Planet Report 2024 da WWF, o planeta registrou um declínio médio de 73% nas populações de vida selvagem monitoradas nos últimos 50 anos.
No Brasil, estimativas apontam que cerca de 33% das áreas naturais foram perdidas até 2023, segundo dados do levantamento da MapBiomas.
Paralelamente, relatório do IPBES aponta uma lacuna de financiamento para a biodiversidade entre US$ 598 e US$ 824 bilhões, refletindo o descompasso entre os esforços realizados e os benefícios econômicos obtidos. Clique aqui e saiba mais.
Diante desse cenário, os Créditos de Biodiversidade ganham espaço como solução para canalizar investimentos privados e públicos para ações efetivas de preservação.
O que são Créditos de Biodiversidade
Os Créditos de Biodiversidade são instrumentos econômicos criados para financiar ações de preservação e recuperação da natureza. Eles representam um valor associado a iniciativas que geram impactos positivos diretos sobre a fauna, a flora e os ecossistemas, como a proteção de habitats, a reintrodução de espécies ameaçadas e a restauração de áreas degradadas.
Ao adquirir esses créditos, investidores e empresas direcionam recursos para projetos que fortalecem a integridade ecológica e contribuem para metas globais de sustentabilidade.
Ao contrário dos créditos de carbono — que têm sua unidade padronizada baseada na redução ou remoção de uma tonelada de CO₂ equivalente — os Créditos de Biodiversidade ainda não contam com um padrão único de medição. Essa ausência de uniformidade reflete tanto a complexidade de mensurar a biodiversidade quanto o estágio inicial de consolidação desse mercado.
Benefícios para empresas
Para as empresas, os Créditos de Biodiversidade vão além da compensação de impactos ambientais:
- Fortalecimento da agenda ESG: incorporam ações concretas e verificáveis na dimensão ambiental, gerando credibilidade junto a investidores e consumidores.
- Diferenciação competitiva: posicionam a marca como inovadora e alinhada às tendências globais de responsabilidade socioambiental.
- Mitigação de riscos: contribuem para reduzir passivos ambientais e atender exigências regulatórias cada vez mais rigorosas.
- Acesso a capital sustentável: melhoram a atratividade para fundos e linhas de crédito verde, cada vez mais atentos à conservação da natureza como critério de financiamento.
- Valorização da reputação corporativa: reforçam a imagem de compromisso real com a preservação da biodiversidade, gerando impacto positivo na percepção de stakeholders e na fidelização de clientes.
Assim como o mercado de carbono, os Créditos de Biodiversidade representam uma ponte entre conservação ambiental e geração de valor econômico.
A diferença é que, neste caso, o ativo está diretamente ligado à manutenção da vida e ao funcionamento equilibrado dos ecossistemas, uma dimensão vital para a resiliência dos negócios e para o futuro do planeta.
Abordagens para estruturar os créditos
Um estudo publicado na revista científica Business Strategy and the Environment identificou três abordagens principais para estruturar créditos de biodiversidade:
- Baseados em ações: financiamentos que apoiam a restauração de áreas degradadas ou a proteção direta de habitats.
- Baseados em resultados: vinculados a mudanças comprovadas nas populações de espécies ou nas condições dos ecossistemas.
- Baseados em impactos: voltados para efeitos de longo prazo sobre a integridade ecológica.
Para assegurar credibilidade, esses mecanismos contam com tecnologias como monitoramento de espécies por DNA ambiental (eDNA), sensores acústicos e imagens geoespaciais.
Por que são relevantes?
Os créditos de biodiversidade representam uma oportunidade de estruturar um mercado emergente com potencial de evolução para modalidades voluntárias e reguladas.
Quando construídos com base científica e integridade, eles podem oferecer transparência, rastreabilidade e confiança para investidores, governos e sociedade.
Ao financiar projetos de proteção, restauração e manejo sustentável, contribuem não apenas para a conservação, mas também para valorizar economicamente ecossistemas e promover inovação no setor ambiental.
Créditos de biodiversidade: principais riscos e desafios
Mesmo com potencial elevado, o mercado de Créditos de Biodiversidade enfrenta obstáculos importantes:
- Adicionalidade frágil: dificuldade em comprovar que a ação só ocorreu graças ao financiamento obtido pelo crédito.
- Impermanência: risco de a proteção ou restauração não se manter ao longo do tempo.
- Greenwashing: utilização dos créditos para criar a impressão de conservação sem resultados reais.
Superar esses desafios exige padrões metodológicos rigorosos, transparência e auditorias independentes.
Exemplo: Paraná adota política pioneira de Créditos de Biodiversidade
O Paraná se tornou o primeiro governo estadual brasileiro a implementar oficialmente uma política de Créditos de Biodiversidade, lançada durante a Cúpula da Biodiversidade em 2024, na Colômbia.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a iniciativa foi criada para incentivar a proteção de habitats, a reintrodução de espécies ameaçadas e a recuperação de ecossistemas degradados.
Ao contrário dos créditos de carbono, que têm unidade padronizada, os créditos de biodiversidade ainda carecem de um padrão global, o que torna o caso paranaense uma referência inovadora no país.
Leia também: Mercado de Carbono: Uma tendência global para empresas conscientes!
O papel estratégico dos Créditos de Biodiversidade
O avanço dos Créditos de Biodiversidade ocorre em meio a uma emergência ambiental sem precedentes.
Com base em dados científicos e métodos de monitoramento avançados, eles oferecem um caminho viável para financiar a conservação de forma estruturada e mensurável.
Ao integrar rigor técnico, transparência e engajamento de diferentes setores, essa ferramenta pode se consolidar como um pilar das políticas ESG e contribuir para a preservação do patrimônio natural global.
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