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Em um momento decisivo para a agenda climática global, a COP30 promete entregar respostas concretas aos grandes desafios que impedem uma transição ecológica justa e efetiva. Entre eles, estão temas como o financiamento climático de US$ 1,3 trilhão, a adaptação às mudanças já em curso, e a inclusão de setores estratégicos como agricultura, florestas e oceanos.

Este blog é baseado na entrevista concedida por Ana Toni, CEO da COP30, ao nosso diretor, Dr. Thiago Metzker, durante as Reuniões Climáticas de Junho da ONU (SB62), realizadas entre os dias 16 e 26 de junho de 2025, em Bonn, Alemanha. A conversa foi gravada para uma edição especial do ESG Talk – Diálogos do Clima, diretamente dos bastidores das negociações técnicas preparatórias para a COP30, que será sediada em Belém, em novembro deste ano.

Continue a leitura e acompanhe os principais insights e compromissos da presidência brasileira da COP30. Eles estão sendo estruturados para transformar a conferência em um verdadeiro ponto de virada!

Para assistir à entrevista completa na íntegra, clique aqui e acesse o episódio especial do ESG Talk com Ana Toni. 

As três grandes entregas esperadas da COP30

 

1. Caminhos para o financiamento climático de US$ 1,3 trilhão

Ana Toni destacou que a presidência da COP30, em parceria com a COP29, tem como uma de suas principais missões apresentar um relatório detalhado sobre como atingir o fluxo de US$ 1,3 trilhão em financiamento climático. Esse valor deve ser mobilizado por países desenvolvidos para apoiar países em desenvolvimento.

“A presidência da COP30 com a COP29 tem a obrigação de trazer o caminho para o fluxo de 1,3 trilhões. […] A pergunta é: de onde vem esses recursos e para que servem?” 

 (Ana Toni, CEO da COP30) 

Ela explicou que esse trabalho está sendo conduzido com apoio do que chamam de “círculo de ministros de finanças”, que têm o poder de decisão para viabilizar novas fontes de financiamento. 

Entre as propostas em discussão, estão a reforma dos bancos multilaterais, mecanismos de blended finance (financiamento público-privado), mercado de carbono, além de propostas inovadoras como a taxação de passagens aéreas de primeira classe e de grandes navios internacionais.

Ana também enfatizou que o desafio não é apenas a quantidade de recursos, mas o acesso a eles, especialmente por governos subnacionais, prefeituras e pequenos produtores.

Clique aqui e saiba mais sobre a iniciativa Círculo de Ministros de Finanças da COP30 lançada pelo Brasil.

2. Inclusão de agricultura e natureza no financiamento climático

Ao tratar do segundo eixo da agenda de financiamento, Ana Toni ressaltou a importância de expandir o foco para além do setor energético, responsável por 75% das emissões de gases de efeito estufa, e incluir a agricultura e a preservação da natureza no debate financeiro.

“Estamos fazendo uma COP na Amazônia, num país como o Brasil, que produz alimento para o mundo inteiro.” 

 (Ana Toni, CEO da COP30) 

Ela destacou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, um fundo proposto pelo Brasil para fortalecer os instrumentos financeiros voltados à conservação ambiental. 

A presidência quer evidenciar a falta de mecanismos internacionais robustos para o financiamento da agricultura regenerativa, preservação de florestas e oceanos — temas centrais para o Brasil e outros países tropicais. Clique aqui e saiba mais sobre o Fundo Florestas Tropicais para Sempre.

3. Avanço do financiamento para adaptação climática

O terceiro pilar da proposta da presidência da COP30 é incluir de forma contundente o financiamento à adaptação climática, algo ainda pouco debatido nas esferas internacionais.

“Já passamos de 1,5 ºC. […] Temos que também olhar para financiamento público e privado para adaptação.” 

 (Ana Toni, CEO da COP30) 

Diante dos eventos climáticos extremos que já afetam países como o Brasil, a proposta é que o financiamento para adaptação receba atenção e recursos proporcionais à sua urgência, sendo incorporado ao plano de mobilização dos US$ 1,3 trilhão.

Leia também: COP30 e a urgência da Adaptação Climática: Caminhos para um futuro resiliente

COP30: O conceito de “mutirão”: ação concreta e inclusão

A entrevista também abordou o lançamento da Agenda de Ação da COP30, iniciativa que trouxe novo ânimo às negociações durante a SB62. 

Ana explicou que o conceito de “mutirão” proposto pelo Brasil representa uma mudança de postura: sair do debate do “o que fazer” para o “como fazer”.

“Esta COP não é mais uma COP do que, é uma COP do como. […] A Agenda de Ação representa esse como” 

 (Ana Toni, CEO da COP30) 

A proposta reúne 30 ações concretas organizadas em seis eixos estratégicos, funcionando como um plano de implementação do Balanço Global (GST, na sigla em inglês) do Acordo de Paris, o mecanismo que avalia o progresso das metas estabelecidas pelo tratado multilateral.

Os seis eixos são:

  1. Transição energética, da indústria e dos transportes; 
  2. Gestão das florestas, oceanos e biodiversidade;
  3. Transformação da agricultura e dos sistemas alimentares;
  4. Criação de resiliência para as cidades, infraestruturas e oferta de água;
  5. Promoção do desenvolvimento humano e social;
  6. Promoção e aceleração de capacidades, incluindo financiamento, transferência tecnológica, fortalecimento e desenvolvimento de habilidades.

Ana reforçou a importância de envolver todos os setores da sociedade: setor privado, governos subnacionais, academia e sociedade civil. Todos são parte ativa deste “mutirão climático”.

Clique aqui e saiba mais sobre Agenda de Ação da COP30.

Conclusão: da promessa à entrega

A entrevista evidencia que a COP30 não será apenas mais um evento diplomático, mas uma oportunidade real de implementar soluções concretas, com liderança brasileira.

Ao colocar no centro da agenda temas como financiamento acessível, adaptação, inclusão social e soluções tropicais, a presidência da COP30 busca romper com antigos bloqueios e acelerar as ações necessárias para enfrentar a crise climática.

O Grupo MYR nas agendas globais do clima

O Grupo MYR acompanha de perto este movimento. A presença do Dr. Thiago Metzker nas negociações em Bonn reforça nosso compromisso com a ciência, com o planejamento técnico e com a construção de cidades mais resilientes, sustentáveis e inclusivas.

Acompanhamos as principais discussões globais sobre sustentabilidade, resiliência climática e financiamento para adaptação, garantindo que nossos projetos estejam sempre alinhados às melhores práticas internacionais. Para saber mais sobre a nossa atuação nessa área, leia: Planos de Ação Climática: Conte com a expertise do Grupo MYR

Além disso, também atuamos no projeto “Cidade Presente – Desenvolvimento Urbano Sustentável (DUS)”, que promove o desenvolvimento urbano integrado, inclusivo e resiliente ao clima em cidades brasileiras. Fique por dentro: Desenvolvimento Urbano Sustentável (DUS) em cidades brasileiras: Projeto ‘Cidade Presente’ conta com participação do Grupo Myr!

Se a sua empresa ou instituição busca soluções estratégicas em sustentabilidade, planejamento urbano e resiliência climática, entre em contato conosco! Descubra como podemos contribuir com seus projetos.

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