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À medida que enfrentamos complexos desafios urbanos, a ressignificação de vazios urbanos se apresenta como uma estratégia indispensável para moldar um futuro mais promissor e inclusivo.

A transformação de espaços urbanos desocupados e subutilizados em locais funcionais e sustentáveis representa um desafio e uma oportunidade para cidades ao redor do mundo.

Mas como podemos verdadeiramente converter esses “vazios” em centros dinâmicos de atividade, criatividade e convívio?

Neste blog, vamos explorar o potencial de áreas desocupadas e subutilizadas inseridas na malha urbana, trazendo exemplos inspiradores que ilustram como a revitalização desses espaços pode impulsionar a evolução urbana de maneira sustentável e inovadora.

Essa abordagem oferece diversas vantagens, resultando em cidades mais seguras, inclusivas, saudáveis, resilientes e dinâmicas.

Continue a leitura e mantenha-se informado!

 

Ressignificação de espaços urbanos: Uma visão geral

A ressignificação de espaços urbanos é uma estratégia que envolve a transformação de áreas previamente desocupadas ou negligenciadas em ambientes funcionais, criativos e voltados para a comunidade. 

Essa abordagem não só revigora as cidades, mas também responde às demandas contemporâneas, incluindo a promoção da sustentabilidade, inclusão social e utilização intensiva dos espaços.

Esta prática não se limita a contextos específicos; pode ser aplicada a uma variedade de espaços urbanos subaproveitados. 

 

Exemplos de “vazios” nas cidades

Veja alguns exemplos de espaços urbanos que podem ser ressignificados:

  • Aeroportos desativados;
  • Áreas industriais degradadas e abandonadas;
  • Edifícios subutilizados;
  • Terrenos baldios;
  • Áreas verdes degradadas;
  • Vazios urbanos que normalmente não enxergamos.

E o que pode ser feito nesses locais?

A ressignificação desses espaços pode ser feita de uma variedade de maneiras. De forma geral, deve ser conduzida em parceria com os agentes locais, incluindo moradores, comerciantes, transeuntes, dentre outros, contemplando a cultura e a identidade local. Algumas opções incluem:

  • Promover espaços para manifestações culturais e artísticas, fortalecendo a vida em comunidade e a relação com o espaço urbano;
  • Adaptar estruturas e edifícios existentes, dotando-os de novos usos e funções;
  • Contemplar grupos marginalizados e minorias na construção de espaços coletivos;
  • Promover processos participativos e de engajamento;
  • Promover ações voltadas ao desenvolvimento social, econômico, ambiental e cultural;
  • Promover ações de valorização e resgate dos espaços de convívio, empreendedorismo social, dentre outros;
  • Promover ações e programas para utilização intensa e diversificada dos espaços;
  • Criar espaços públicos;
  • Promover atividades econômicas;
  • Desenvolver soluções baseadas na natureza para cidades mais sustentáveis e resilientes (como Parques Lineares, Agricultura Urbana, Jardins de Chuva).

A seguir, confira os principais benefícios da ressignificação de espaços urbanos!

 

Benefícios dessa estratégia

A ressignificação de espaços urbanos é uma prática que pode trazer muitos benefícios para as cidades:

 

Melhoria da qualidade de vida

A transformação de vazios urbanos em áreas funcionais e voltadas para a comunidade contribui significativamente para a qualidade de vida dos moradores. 

Esses espaços revitalizados oferecem locais para recreação, lazer, empreendedorismo e interação social, melhorando o bem-estar geral da população.

 

Promoção do desenvolvimento econômico 

A ressignificação de espaços urbanos pode estimular o crescimento econômico de uma região. 

A criação de novos centros comerciais, culturais e de entretenimento atrai investimentos e gera empregos, impulsionando a economia local.

 

Criação de espaços atraentes e sustentáveis 

Ao transformar vazios urbanos em locais atraentes e sustentáveis, as cidades podem aumentar seu apelo visual e funcional. 

Esses espaços renovados se tornam pontos de referência, atraindo moradores e visitantes e contribuindo para a identidade única da cidade.

 

Estímulo à inovação

Muitas vezes, essa ressignificação requer abordagens criativas e inovadoras para adaptar e reinventar locais existentes. 

Isso promove um ambiente propício para a inovação e o pensamento criativo, impulsionando o progresso em várias áreas.

 

Foco na Sustentabilidade: Construindo cidades resilientes

Ao repensar o uso de vazios urbanos, as cidades têm oportunidade de incorporar princípios de sustentabilidade em seu planejamento urbano. 

Além de revitalizar áreas negligenciadas, essa abordagem desempenha um papel crucial na mitigação dos efeitos da crise ambiental e das mudanças climáticas.

A criação de áreas verdes e espaços naturais, a implementação de sistemas de transporte eficientes e a adoção de tecnologias ecoamigáveis não apenas elevam o padrão de vida dos cidadãos, mas também contribuem significativamente para a construção de cidades mais resilientes e voltadas para o futuro. 

Ao adotar práticas sustentáveis, as cidades podem enfrentar os desafios ambientais globais com maior preparação e contribuir para um cenário mais positivo para as gerações futuras.

Aproveite e leia também: Planejamento Urbano e Ambiental: 17 passos para a construção de cidades mais sustentáveis e resilientes!

 

Promoção da integração social 

A ressignificação de espaços urbanos pode quebrar barreiras sociais ao criar locais onde pessoas de diferentes origens e estilos de vida podem se reunir e interagir. 

Essa abordagem, frequentemente associada ao Urbanismo Social, vai além de revitalizar áreas desocupadas; ela desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão e na construção de comunidades coesas.

Ao fomentar a interação entre diversos grupos, a ressignificação desses espaços não apenas fortalece os laços sociais, mas também contribui para a criação de um tecido urbano mais diversificado e integrado. 

Essa integração é um componente essencial para a construção de cidades verdadeiramente inclusivas, onde todos os cidadãos têm a oportunidade de participar plenamente da vida comunitária.

 

Adaptação a necessidades emergentes 

A flexibilidade dos espaços urbanos permite que as cidades se adaptem a necessidades emergentes. 

Alguns exemplos, como a adaptação de aeroportos para abrigar refugiados (como você verá a seguir), demonstram a versatilidade desses espaços em responder a desafios sociais e humanitários.

No próximo tópico, fique por dentro de alguns exemplos de transformações bem-sucedidas. 

 

Ressignificação de espaços urbanos: Exemplos de transformações bem-sucedidas

Confira agora dois exemplos de transformações de sucesso de “vazios urbanos”:

 

Antigo aeroporto de Tempelhof, em Berlim, transformou-se em um parque público, e também serviu de abrigo para refugiados 

É impressionante a habilidade de Berlim em ressignificar seus espaços históricos!

O Aeroporto de Tempelhof é um exemplo notável de como espaços urbanos abandonados podem ser transformados em áreas verdes e de lazer.

Com o fechamento em 2008, após 60 anos de operação, o espaço foi transformado no Tempelhofer Feld, um amplo parque público localizado na zona Sul da cidade.

O local, que permaneceu abandonado durante dois anos, se transformou, a partir de 2010, em um dos maiores parques urbanos da Europa, sendo um dos destinos turísticos mais populares da cidade.

Com mais de 380 hectares de área, o parque é um espaço aberto e democrático, além de representar um importante símbolo da cidade de Berlim.

Trata-se de um refúgio verde no coração da cidade, promovendo a interação social e a sustentabilidade ambiental.

Além disso, o local também serviu para abrigar refugiados. Durante a crise de refugiados em 2015, a Alemanha adaptou diversos aeroportos desativados para receber e acolher pessoas que fugiam de conflitos e perseguições. Confira nesta reportagem da Exame

Essa resposta criativa demonstrou a flexibilidade dos espaços urbanos em se adaptarem a necessidades emergentes e oferecerem ajuda humanitária.

 

Aeroporto Carlos Prates, na capital mineira, pode se transformar em um novo bairro

Após 80 anos de operação, o Aeroporto Carlos Prates, localizado em Belo Horizonte (MG), encerrou suas atividades em maio de 2023. 

Com isso, surge a possibilidade de repensar o uso desse terreno e dar vida a uma área que já desempenhou um papel importante na história da cidade. Afinal, estamos falando de um espaço com mais de 500 mil m2, com capacidade de dinamizar toda a cidade, desde que o planejamento seja realizado com a efetiva participação da sociedade e os impactos avaliados previamente.

Uma proposta de ocupação do espaço apresentada pela Prefeitura de Belo Horizonte prevê a urbanização da área, com construção de moradias de interesse social e de equipamentos de uso coletivo (como escolas, centro de saúde e UPA), além de áreas voltadas ao desenvolvimento econômico.

A proposta prevê ainda obras de mobilidade urbana, melhorando o acesso à região, através da ligação dos bairros vizinhos, e assegurando a oferta de serviços públicos de saúde, educação e cultura. Clique aqui e saiba mais sobre essa proposta urbanística da PBH. 

E uma curiosidade: Você sabia que, em 2001, o governo do Estado de Minas Gerais lançou um projeto para construir a Cidade Administrativa de Minas Gerais no local do Aeroporto Carlos Prates? 

Inclusive, o projeto desenvolvido pelo arquiteto Oscar Niemeyer previa a construção de um complexo de edifícios governamentais, incluindo um palácio do governo, um centro de convenções e um museu. No entanto, esse projeto não foi adiante devido a diversos fatores, entre eles, a capacidade de suporte limitada em razão da falta de estrutura da região e os elevados custos para tornar viável essa ideia, além das dificuldades de transferência do patrimônio da União para o Estado. O resultado foi a transferência desse mesmo projeto para a área do antigo Jockey Club Serra Verde, atualmente Cidade Administrativa Presidente Tancredo de Almeida Neves, inaugurada em 2010.

 

Sergio Myssior, diretor do Grupo Myr, que também é arquiteto e urbanista, chegou a participar dos estudos para esse projeto na época.

 

“Os estudos ambientais da época, que sequer foram protocolados no órgão ambiental, apontavam claramente que a região não tinha capacidade de suporte para um empreendimento daquele porte. Além disso, seriam necessários investimentos significativos em infraestrutura, mobilidade urbana e preservação cultural, o que acarretaria custos substanciais, tornando, na prática, o projeto inviável”.

(Sérgio Myssior, diretor do Grupo Myr)

 

Como uma empresa de soluções ESG de classe mundial, estamos empenhados em criar cidades mais seguras, saudáveis, resilientes e vibrantes. 

Com profunda expertise neste campo, nossa abordagem foca em soluções abrangentes e inovadoras para impulsionar o desenvolvimento urbano sustentável. Entre em contato conosco e fale com um de nossos especialistas.

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