Skip to main content

Entenda como as chuvas no RS foram intensificadas pela Mudança Climática – Uma análise do nosso diretor, Thiago Metzker.

As fortes tempestades que assolam o Rio Grande do Sul desde o final de abril têm sido intensificadas pela Mudança Climática, conforme aponta um recente estudo do ClimaMeter, divulgado em 10 de maio.

Os temporais e cheias resultantes já causaram 147 mortes no estado até o momento. Este momento crítico destaca a urgência de ações para mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas, a fim de construir uma sociedade mais resiliente e preparada.

As cidades estão significativamente atrasadas em sua transição para minimizar os impactos diante desses eventos climáticos extremos.

Para proporcionar uma compreensão mais profunda sobre o que está ocorrendo na região, elaboramos este artigo com uma análise do nosso diretor, Thiago Metzker.

Entenda o que está acontecendo na região e fique bem informado!

 

Estudo aponta impacto da Mudança Climática nas Chuvas do Rio Grande do Sul

Além dos relatórios publicados pelo IPCC há mais de uma década, um “estudo rápido de atribuição” realizado por pesquisadores do ClimaMeter em 2024 concluiu que as mudanças climáticas, especialmente devido à emissão de gases do efeito estufa (GEEs) resultantes da queima de combustíveis fósseis, estão tornando as chuvas no Rio Grande do Sul mais intensas.

Os especialistas ressaltaram que, embora fenômenos naturais, como o El Niño, possam ter desempenhado um papel secundário no aumento da intensidade das chuvas, o impacto das mudanças climáticas foi significativamente maior nesse caso.

 

Aumento de 15% na intensidade das chuvas

De acordo com o estudo, as fortes chuvas que atingiram a região Sul do país entre o final de abril e o início de maio deste ano ficaram 15% mais intensas devido à mudança climática em curso.

Os cientistas do ClimaMeter compararam os padrões de chuva com décadas anteriores e concluíram que as alterações climáticas desempenharam um papel crucial na potencialização das tempestades, superando a influência isolada do El Niño.

Confira o estudo completo acessando o site oficial do ClimaMeter. Para uma explicação detalhada da metodologia utilizada na análise, clique aqui.

 

ClimaMeter

O ClimaMeter é um grupo de cientistas de várias nacionalidades que analisa os extremos meteorológicos à luz do clima logo após sua ocorrência. 

Liderado por pesquisadores do centro especializado em ciências climáticas da Universidade Paris-Saclay, o grupo é financiado pela União Europeia e pela Agência Francesa de Investigação (CNRS). 

Um estudo anterior do ClimaMeter, realizado em março, indicou que as ondas de calor atuais estão 1°C mais quentes do que no passado.

 

O que você precisa entender sobre o impacto da Mudança Climática no Rio Grande do Sul

Segundo especialistas, as intensas precipitações refletem um cenário de aumento da intensidade e da frequência de extremos climáticos, um indicativo dos efeitos das alterações no clima na região.

O aumento da concentração dos Gases de Efeito Estufa, que causa o aquecimento global, também está esquentando o Oceano Atlântico, gerando mais umidade e provocando chuvas intensas e impressionantes, como as registradas no município de Bento Gonçalves.

No dia primeiro de maio, Bento Gonçalves teve uma chuva intensa de 153mm em apenas 24 horas, sendo um registro impressionante de um evento climático extremo. 

“Este momento crítico evidencia a importância de ações para mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas, visando uma sociedade mais resiliente e preparada. 

O tempo urge e as cidades já estão atrasadas em sua transição para que consigam menores impactos frente à ocorrência desses eventos climáticos extremos. Cada dia conta!”

(Thiago Metzker, Diretor do Grupo MYR)

Vale lembrar que em 2023 o Rio Grande do Sul também sofreu com fortes chuvas e inundações, causando mais de 50 mortes, e também enfrentou o efeito inverso, secas, destacando a volatilidade do clima na região.

A seguir, confira a análise aprofundada do nosso diretor, Thiago Metzker, sobre o que vem ocorrendo no Rio Grande do Sul! 

 

Alerta dos Cientistas do IPCC sobre Mudanças Climáticas 

Abaixo, confira a análise completa de Thiago Metzker, diretor do Grupo MYR, em suas próprias palavras.

O que estamos presenciando no Rio Grande do Sul, com essa precipitação recorde, com esse índice pluviométrico recorde em um curto período de tempo, é exatamente uma das grandes consequências da mudança do clima, do aquecimento global, que os cientistas, principalmente do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU), relatam há mais de 20 anos!

 

Aceleração do Aquecimento Global: Urgência em Agir!

Um outro cenário é que, como o aquecimento global está sendo ainda mais intenso e acelerado do que o previsto, essas consequências, esses eventos climáticos extremos, podem acontecer com uma intensidade e frequência ainda maior do que foi modelado, do que foi projetado lá atrás. 

É importante compreendermos que, à medida que esses eventos se tornam escaláveis e exponenciais, a previsibilidade dos modelos começa a ficar cada vez menor. Por isso, é momento de ação!

Segundo esta divulgação recente do IPCC, as Mudanças Climáticas estão afetando todas as regiões do mundo com riscos compostos e em cascata mais severos e frequentes.

Esta figura do Relatório de Síntese do IPCC mostra o aumento projetado da população exposta a eventos de inundação costeira nas próximas décadas, que atualmente ocorrem em média uma vez a cada 100 anos.

Leia também: Desastres socioambientais: O desafio é global, mas exige ações locais!

 

Aumento da entropia devido à concentração de Gases do Efeito Estufa

Quando temos uma concentração de Gás de Efeito Estufa elevada no planeta, estamos aumentando a entropia do sistema, ou seja, aumentando o grau de desordem das partículas. 

Com isso, os sistemas físicos, biológicos, começam a ter comportamentos diferentes e até imprevisíveis em determinado momento.

Leia também: Cidades de baixo carbono: Conheça os benefícios econômicos da transição para um futuro mais sustentável!

 

Correlação com as maiores temperaturas registradas no RS e Aumento da intensidade dos eventos climáticos extremos

Esses eventos no Rio Grande do Sul coincidem exatamente com as medições das maiores temperaturas já registradas naquele local, na região Sul do Brasil.

Quando acompanhamos o gráfico, é possível identificar o quanto as médias de temperatura têm aumentado. 

Especialmente o mês de abril de 2024 teve um aumento de temperatura média maior do que todos os registros que já aconteceram. 

Com isso, nós temos essa frequência, essa intensidade dos eventos climáticos extremos muito maior do que seria para acontecer.

 

Necessidade de Adaptação e Mitigação

O que está acontecendo não é coincidência, mas sim um dado que já foi alertado há muito tempo e que muitas cidades negligenciaram. 

Por isso, temos agora uma cidade pouco adaptada, com poucas medidas de mitigação e baixa resiliência. 

Isso faz com que os cidadãos e as pessoas da região sofram intensamente com os eventos climáticos extremos que têm ocorrido. 

Principalmente, ao analisar sob a perspectiva dos grupos mais vulneráveis que vivem perto das áreas de risco e próximos a áreas sem um saneamento básico adequado. Nesse momento, eles ficam completamente vulneráveis, completamente mais expostos a esses eventos.

Leia também: Justiça Climática: Conheça o impacto desigual das mudanças climáticas e a busca por soluções.

Como podemos enfrentar esses desafios urbanos? Descubra a seguir!

 

Soluções baseadas na Natureza (SbN): Um caminho para os desafios da Resiliência Urbana diante das Mudanças Climáticas

As Soluções Baseadas na Natureza (SbN) são estratégias fundamentais para enfrentar os desafios de resiliência urbana.

Essas soluções abrangem conceitos como infraestrutura verde, sistemas sustentáveis de drenagem urbana, serviços ecossistêmicos, adaptação baseada em ecossistemas e desenvolvimento de baixo impacto.

Entre elas, uma possível solução para enchentes urbanas, como as ocorridas no Rio Grande do Sul, são as cidades-esponja.

Sobre esse tema, nosso diretor, Sérgio Myssior, foi entrevistado recentemente pelo portal Terra. Acesse e confira a reportagem completa: O que são as cidades-esponja, possível solução para enchentes urbanas?

Nosso diretor também foi entrevistado ao vivo, na bancada do Jornal Minas, sobre ‘Mudanças climáticas: medidas devem ser tomadas com urgência para evitar tragédias’. Clique aqui e assista!

Leia também: 10 Pontos para Impulsionar a Ação Climática Local: Declaração Conjunta de Resultados da COP28

Se este artigo foi valioso para você, aproveite e leia também: 

E você sabia que o Grupo MYR oferece uma ampla gama de soluções integradas de Planejamento Urbano e Ambiental para o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis?

Ficou interessado? Entre em contato conosco agora mesmo e saiba como podemos ajudá-lo!Siga o Grupo MYR nas redes sociais e canais de comunicação e fique sempre bem informado! Estamos no LinkedIn, Instagram, Facebook, YouTube e Spotify.