Inovação na COP 29: Vinculação da Justiça Climática à Justiça Social
Pela primeira vez, uma Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) levará para os debates uma clara associação entre o clima, a saúde, a educação, a mobilidade e a habitação, em um conceito amplo de justiça social, que se vincula à justiça climática. Esta é uma das novidades trazidas pelos especialistas mineiros em ESG, Sérgio Myssior e Thiago Metzker, selecionados pela ONU para participar da COP 29, aberta nesta segunda-feira (11) em Baku, capital do Azerbaijão.
A dupla avalia que a resiliência humana para o enfrentamento das mudanças climáticas vem ganhando destaque e relevância no mundo, com abordagens voltadas para a vulnerabilidade de crianças e jovens, por exemplo, diante de impactos como seca e calor extremos, ou chuvas torrenciais ou erosões avassaladoras, que já são realidade em várias nações e percebidos com mais atenção em todo o mundo.
Os debates previstos na COP 29 também visam garantir a educação ambiental como iniciativa de fortalecer a infraestrutura, a saúde e a promoção de empregos verdes, dentro da nova perspectiva de economia verde, limpa e sustentável.
“Foram definidas 14 ações práticas, por meio de iniciativas focadas em finanças, resiliência e transparência, que refletem as prioridades do desenvolvimento para enfrentar os enormes desafios climáticos”, esclarece o urbanista Sérgio Myssior. Entre as iniciativas de destaque, o especialista aponta o fundo de ação climática, que tem como objetivo financiar os projetos das economias em desenvolvimento, com o apoio dos países produtores de combustíveis fósseis.
Apoio a pequenas e médias empresas
Metzker comenta uma informação importante a ser anunciada pelo presidente da COP 29 e ministro da Ecologia do Azerbaijão, Mukhtar Babayev, relacionada ao apoio a pequenas e médias empresas, viabilizado por meio de recursos internacionais a instituições como o BNDES e, no caso de Minas Gerais, o BDMG.
“Esses bancos poderão receber recursos e fazer um empréstimo, de forma subsidiada, para pequenas e médias empresas brasileiras, aquelas que precisam trocar um determinado maquinário, fazer uma upgrade tecnológico para alinhar o processo produtivo às metas de transição climática e de transição energética, com menores emissões de gases de efeito estufa”, explica.
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Expectativas e incertezas marcam abertura da COP
O primeiro dia da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29) foi marcado por um clima de tranquilidade, com muitas delegações ainda chegando a Baku, no Azerbaijão, e incertezas pairando sobre as negociações globais. Embora o evento tenha como objetivo avançar nas discussões para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5ºC e definir os recursos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, a ausência de grandes líderes internacionais, como Joe Biden, Luiz Inácio Lula da Silva, Ursula von der Leyen e Xi Jinping, gerou certa apreensão.
A delegação brasileira será liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do embaixador André Corrêa do Lago. Enquanto isso, os mineiros Sérgio Myssior, urbanista, e Thiago Metzker, biólogo, sócios do Grupo MYR, estão no evento como observadores internacionais da ONU. Eles participam de debates e painéis, produzindo conteúdo analítico sobre o que ocorre nas negociações entre os 198 países.
Novos Financiadores
A COP 29 levanta a expectativa de novos financiadores para os países em desenvolvimento, que já enfrentam os impactos das mudanças climáticas, como secas, chuvas intensas, erosões e insegurança alimentar. Tradicionalmente, os países desenvolvidos devem financiar esses países, mas surge a possibilidade de nações como China, Singapura, Coreia do Sul e países do Golfo (Bahrein, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos) se tornarem novos financiadores.
A China, sozinha, já oferece US$ 4,5 bilhões por ano para ajudar países em desenvolvimento a combater as mudanças climáticas. Outros grandes produtores de petróleo também contribuem voluntariamente para mitigar os efeitos negativos do clima. Para Sérgio Myssior, a diversificação das fontes de financiamento é importante para reduzir a dependência da Comunidade Europeia e dos EUA, desde que o financiamento continue fluindo e o acordo entre as nações seja fortalecido.
Em relação aos Estados Unidos, espera-se que o presidente eleito, Donald Trump, que abandonou o Acordo de Paris em 2017, não se manifeste sobre a COP 29. Mesmo que se manifeste, sua fala pode não afetar os resultados, já que o processo de retirada de apoio das Nações Unidas leva um ano. O chefe da delegação norte-americana, John Podesta, apresentará os compromissos dos EUA em relação à convenção sobre mudanças climáticas em Baku.
Quem vai pagar a conta do Clima?
Um dos principais desafios da COP 29 é definir a Nova Meta Quantificada Global de Finanças (NCQG), que determinará o valor necessário para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Em 2009, na COP 15 de Copenhague, foi acordado que os países desenvolvidos contribuiriam com US$ 100 bilhões por ano. Esse valor foi alcançado com dois anos de atraso, em 2022, mas especialistas afirmam que será necessário um valor pelo menos 10 vezes maior.
“Há indícios de uma demanda de US$ 1 trilhão ao ano, que precisa ser transferida dos países mais ricos aos menos ricos, para que ocorra uma transição global em busca da segurança climática”, enfatiza Thiago Metzker.
Os debates acerca desse valor apontam que a demanda pelo recurso ocorrerá por etapas e um acordo global em Baku será apenas o primeiro passo do processo, como já ocorreu em outras COPs.
“As decisões multinível ocorridas no Azerbaijão, além de definirem e darem o tom para COP 30, que vai ser realizada em Belém (PA), em 2025, serão fundamentais para definir a nova geração de Contribuições Nacionalmente Determinadas, as NDCs, que são as metas e os compromissos assumidos por cada um dos países para a redução de emissões de gases do efeito estufa nos seus territórios. Até fevereiro próximo, as nações devem apresentar a terceira versão de suas metas atualizadas em relação ao Acordo Paris”, acrescenta Sérgio Myssior.
Participação do Grupo MYR nesse primeiro dia:
🎥Entrevista do Thiago Metzker para a Itatiaia
Confira a opinião dos nossos diretores no Jornal O Tempo
🎥As sombras que pairam sobre a Cop29
🎥Conferência da ONU no Azerbaijão inova ao vincular justiça climática à justiça social
🎥Resumo do dia para o Jornal O Tempo
Diálogos da COP: Veja o boletim do Grupo Myr do 1º dia da Cúpula do Clima!
Jornada Rumo à COP30 é com o Grupo MYR!
Aqui no Grupo MYR, estamos comprometidos com a agenda global de mudanças climáticas.
Por isso, nossos diretores, Sérgio Myssior e Thiago Metzker, marcam presença ativa nas conferências climáticas da ONU desde a COP26, e já estão no Azerbaijão como observadores internacionais da ONU, produzindo conteúdo analítico sobre o evento, e participando de paineis e debates, que ocorrem simultaneamente às negociações entre os 198 países.
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