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De 12 a 16 de novembro de 2025, Belém (PA) é o epicentro de uma mobilização popular sem precedentes na história recente das conferências climáticas. A Cúpula dos Povos ocupa o campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA), reunindo mais de 30 mil pessoas e 1.300 organizações populares. Este evento paralelo à COP30 devolve protagonismo aos povos da floresta, comunidades tradicionais, movimentos sociais e lideranças que vivem na linha de frente da crise climática.

São eles os que sofrem os maiores impactos das mudanças do clima — secas, cheias, deslizamentos, insegurança alimentar — e, ao mesmo tempo, oferecem caminhos baseados em saberes ancestrais, justiça ambiental e respeito à biodiversidade.

Neste blog, você vai entender o que é a Cúpula dos Povos, sua origem, por que ela voltou a ser realizada em Belém após três edições ausente, sua importância estratégica no contexto da COP30 e como o Grupo MYR participa dessa jornada com voz ativa e técnica.

Vamos lá?

O que é a Cúpula dos Povos? Por que ela é essencial?

Criada em 1992 durante a Rio-92, a Cúpula dos Povos se consolidou como o principal espaço de articulação internacional da sociedade civil diante das agendas globais do clima. Após ausência em três edições consecutivas da COP — realizadas em países com restrições à livre organização social — a Cúpula retorna em 2025 com força total.

Sua realização em Belém é simbólica: a cidade que sedia a COP30 é também berço da Amazônia viva e diversa. Durante cinco dias, a UFPA torna-se um verdadeiro território de resistência, onde o conhecimento acadêmico encontra os saberes tradicionais, a arte se mistura à política e o ativismo se expressa em marchas, barqueatas e assembleias.

A Cúpula dos Povos não é apenas um evento cultural ou reivindicatório. É uma resposta política concreta à lentidão e ineficácia das negociações oficiais. Seus participantes denunciam o distanciamento entre as decisões multilaterais e a realidade dos territórios, e propõem uma nova abordagem para a crise climática: centrada na justiça social, nos direitos humanos e na valorização das culturas originárias.

Principais temas debatidos na Cúpula dos Povos:

  • Justiça climática global e reparação histórica;
  • Enfrentamento ao extrativismo fóssil e à poluição por agrotóxicos e mercúrio;
  • Soberania alimentar, agroecologia e segurança hídrica;
  • Racismo ambiental, feminismo popular e saúde coletiva;
  • Governança participativa, cidades justas e internacionalismo dos povos;
  • Demarcação de territórios como política climática urgente.

As atividades incluem rodas de conversa, oficinas, debates, cortejos artísticos, shows, exposições e um encontro multigeracional de saberes. A abertura, no dia 12 de novembro,  contou com rituais indígenas, performances culturais e uma barqueata com 200 embarcações, entre elas representantes do Baixo Tapajós e Mato Grosso.

“Estamos aqui para defender nosso território. A resposta somos nós; só o conhecimento ancestral vai paralisar a crise climática” 

(Takak Xikrin, líder indígena em entrevista para O Globo)

A Cúpula também reúne universidades, entidades técnicas e instituições como a Fiocruz, que participa com debates sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde, perda da biodiversidade e exposição a contaminantes. Clique aqui e saiba mais sobre esse movimento no site oficial da Cúpula dos Povos.

Colaboradora do Grupo MYR, Ana Carolina Alves, presente na Cúpula dos Povos

A atuação do Grupo MYR na Cúpula dos Povos se concretiza por meio da participação ativa da colaborada Ana Carolina Alves. Ela foi selecionada entre mulheres de todo o país para representar seu estado e o bioma Cerrado. Sua participação acontece na Cúpula dos Povos da COP30, realizada em Belém até 16 de novembro.

A seleção foi realizada pela instituição Ecoa, referência em conservação e sociobiodiversidade no Cerrado e no Pantanal, a partir do curso Liderança de Mulheres na Conservação do Cerrado, que teve execução da Ecoa e financiamento do Critical Ecosystem Partnership fund (CEPF) e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). Na COP30, as participantes contaram com o apoio da Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB).

O programa escolheu apenas quatro mulheres dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal para compor essa delegação especial, e Ana Carolina está entre elas! 

Sua participação na Cúpula dos Povos é um reconhecimento da sua trajetória, do seu compromisso com a conservação e da importância da atuação feminina na agenda climática e na defesa dos biomas brasileiros.

Ana vai representar não só o Cerrado, mas também milhares de mulheres que constroem soluções ambientais, fortalecem comunidades e lideram transformações reais nos territórios. Ela representa o compromisso do Grupo MYR em aproximar conhecimento técnico e prática territorial. Participando de debates, rodas de diálogo e encontros com lideranças, sua atuação fortalece o papel da consultoria como ponte entre gestão pública e soluções locais.

Cúpula dos Povos entregará Carta Política à COP30 com reivindicações por justiça climática

Ao longo da Cúpula dos Povos, diversas ações de mobilização social — como marchas, rodas de diálogo, performances e barqueatas — evidenciaram a força dos movimentos em defesa da vida, da justiça e do território. 

No dia 16 de novembro, o encerramento oficial será marcado pela entrega da Carta Política à COP30, documento construído coletivamente, que reúne reivindicações estruturadas por justiça climática, demarcação de terras e uma nova abordagem para as políticas ambientais.

Essas ações ocorrem durante todo o evento e culminam na entrega da carta final. O objetivo é claro: contrapor as negociações oficiais da COP com propostas concretas baseadas em justiça, território e compromisso real com a vida no planeta.

A jornada do Grupo MYR até a COP30: conectando ciência, territórios e ação

A participação do Grupo MYR na Cúpula dos Povos é parte de um projeto mais amplo e integrado. Desde o início de novembro, o Grupo MYR está mobilizada em três frentes principais:

  • Expedição Motorhome COP30: uma jornada de Belo Horizonte a Belém, cruzando quatro biomas e dez cidades brasileiras, documentando soluções territoriais de adaptação climática;
  • Pavilhão Cidades Resilientes: espaço oficial da Blue Zone da COP30, coordenado pelo Instituto Bem Ambiental (IBAM) com apoio do Grupo MYR, voltado à adaptação urbana, soluções baseadas na natureza e planejamento resiliente. O pavilhão também conta com parceria do CAU/BR, CFQ e diversos parceiros de conteúdo.
  • Boletins Diários COP30: conduzidos por Sérgio Myssior e Thiago Metzker, diretores do Grupo MYR, os episódios conectam os grandes debates globais às realidades brasileiras, com olhar técnico e acessível. Clique aqui e acompanhe nossos boletins diários.

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