Cidades para Pedestres: Tendência global das grandes metrópoles transforma a relação das pessoas com o local onde vivem

As grandes metrópoles do mundo estão passando por uma transformação significativa, voltada para a valorização da experiência do pedestre. O que torna as “Cidades para Pedestres” tão importantes neste cenário de mudanças urbanas?

Esta tendência global tem demonstrado não só a importância de melhorar a mobilidade urbana, mas também de criar ambientes mais saudáveis e sustentáveis.

Neste blog, vamos explorar a origem desse movimento, seus benefícios e exemplos de sucesso que inspiram cidades ao redor do globo a seguir este caminho.

Acompanhe conosco e fique por dentro!

 

A Origem das Cidades para Pedestres

A história das cidades para pedestres começou a ganhar força a partir do final do século XX, como uma resposta ao fracasso do modelo de urbanização centrado em veículos motorizados. 

Este modelo, predominante em meados do século passado, levou ao espraiamento urbano, segregação social e jornadas diárias exaustivas, contribuindo para problemas de saúde pública e ambientais. 

O urbanista dinamarquês Jan Gehl questionou esta abordagem, destacando a importância de uma escala humana e do pedestre para a vitalidade urbana.

 

Cidades para Pessoas

Em seu livro “Cidades para Pessoas“, publicado em 38 países, Gehl reúne suas ideias sobre mobilidade, sustentabilidade e bem-estar, defendendo a criação de mais espaços públicos para pedestres e ciclistas e uma redução do estímulo ao uso de automóveis.

Vale também a leitura do livro “Cidades de Pedestres – A caminhabilidade no Brasil e no mundo“, lançado em 2017 pelo ITDP Brasil e pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável (LABMOB) da UFRJ. 

Esta obra, disponível gratuitamente online, reúne estudos sobre a importância da caminhabilidade e apresenta casos de várias cidades, incluindo contribuições do renomado urbanista Jan Gehl e da ex-secretária de transportes de Nova York, Janette Sadik-Khan. Clique aqui e acesse a versão digital do livro.

Clique aqui e ouça também uma entrevista do diretor do Grupo Myr, Sérgio Myssior, para a CBN.

 

O Conceito de Caminhabilidade

Caminhabilidade, ou walkability, refere-se aos atributos do ambiente construído que tornam o caminhar uma atividade convidativa. 

Acessibilidade, conforto ambiental, atratividade de usos e permeabilidade do tecido urbano são alguns dos fatores que influenciam a disposição das pessoas em caminhar. 

Este conceito enfatiza a democratização do espaço urbano, onde pedestres de todas as idades e habilidades podem se movimentar livremente, vivenciando a cidade de forma plena e significativa.

 

A Importância de Cidades Melhores

Investir em cidades para pedestres é essencial para criar um futuro urbano mais sustentável e inclusivo. 

Políticas públicas que incentivem a mobilidade ativa, a segurança e a qualidade dos espaços destinados aos pedestres são essenciais para alcançar este objetivo. 

Além disso, é fundamental considerar as necessidades de todos os grupos sociais, incluindo pessoas com mobilidade reduzida e diferentes gêneros, garantindo um ambiente urbano acessível e seguro para todos.

Leia também: Urbanismo Social: Como alcançar uma sociedade mais igualitária?

Valorização da Experiência do Pedestre

Em entrevista ao O Tempo, Sergio Myssior, diretor do Grupo Myr, também falou sobre a revitalização da rua Sapucaí, em Belo Horizonte (MG).

Seguindo a tendência mundial de valorização da experiência pedestre, a rua Sapucaí, no bairro Floresta, será transformada em um espaço exclusivamente para lazer, sem circulação de veículos.

“Isso está acontecendo em todas as grandes cidades do mundo. Não apenas uma requalificação dos espaços, mas uma transformação. É uma tendência de transformar os lugares em mais potentes para a circulação e a vivência das pessoas. O foco são os pedestres”.

(Sergio Myssior, diretor do Grupo Myr)

Acesse aqui para ler a entrevista completa!

 

Benefícios das Cidades para Pedestres

A promoção de cidades voltadas para os pedestres traz uma série de benefícios socioeconômicos e ambientais. 

Abaixo, destacamos alguns dos mais importantes:

 

Melhoria da saúde pública

Caminhar regularmente contribui para a saúde física e mental, reduzindo riscos de doenças crônicas como obesidade, diabetes e depressão.

 

Redução da poluição

Menos veículos nas ruas significa menor emissão de poluentes, melhorando a qualidade do ar e combatendo as mudanças climáticas.

Leia também: Mobilidade Urbana e Descarbonização: A união necessária para cidades sustentáveis

Segurança

Espaços desenhados para pedestres tendem a ser mais seguros, reduzindo acidentes de trânsito e incentivando a interação social.

 

Economia local

Áreas caminháveis atraem mais pedestres, o que pode impulsionar o comércio local e valorizar imóveis.

 

Qualidade de vida

Cidades mais caminháveis oferecem um ambiente mais agradável e acolhedor, promovendo o bem-estar dos seus habitantes.

A seguir, confira alguns exemplos de sucesso ao redor do mundo!

 

Cidades para Pedestres: Exemplos de sucesso ao redor do mundo

Várias cidades já estão colhendo os frutos de investir em cidades para pedestres. 

Agora, veja alguns exemplos inspiradores:

 

Copenhague, Dinamarca

Conhecida por suas políticas de mobilidade urbana, Copenhague tem priorizado os pedestres e ciclistas, transformando ruas e espaços públicos em áreas vibrantes e acessíveis.

 

Nova York, EUA

A cidade implementou diversas iniciativas para tornar suas ruas mais caminháveis, como a criação de plazas, que são áreas abertas destinadas ao uso público onde pedestres podem circular livremente, descansar e socializar. 

Essas plazas, juntamente com a expansão de calçadas, têm sido particularmente importantes em áreas movimentadas como Times Square. 

Além de melhorar a mobilidade, essas mudanças contribuem para a segurança e o bem-estar dos pedestres, criando espaços mais acolhedores e funcionais no coração da cidade.

 

Bogotá, Colômbia 

Com projetos inovadores como a Ciclovía, que fecha ruas para veículos motorizados aos domingos, Bogotá incentiva a população a caminhar e usar bicicletas, promovendo um estilo de vida mais saudável.

Leia também: Nova Agenda Urbana da ONU: Cidades Sustentáveis

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