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As cidades estão no centro da crise climática e das desigualdades territoriais. Com redes de mobilidade pressionadas, infraestrutura urbana obsoleta e um modelo de ocupação que favorece a dispersão e o alto consumo de energia, os impactos ambientais e sociais tornaram-se insustentáveis. O Urbanismo Sustentável oferece soluções estruturais para transformar essa dinâmica e orientar as cidades rumo a um futuro mais resiliente.

A integração entre planejamento urbano, infraestrutura verde e sistemas de transporte inclusivos está no centro das estratégias mais avançadas do mundo para enfrentar os desafios ambientais e sociais das cidades contemporâneas. Reconhecido pela ONU-Habitat como um dos eixos da Nova Agenda Urbana, o Urbanismo Sustentável oferece caminhos concretos para reduzir emissões, ampliar o acesso à cidade e promover eficiência no uso do solo.

Neste blog, você vai ver como essa abordagem pode transformar a mobilidade urbana, reduzir impactos climáticos e orientar políticas públicas mais justas, inteligentes e sustentáveis.

O que é Urbanismo Sustentável?

Urbanismo Sustentável é a prática de planejar e estruturar cidades com base na integração entre o espaço construído, os ecossistemas naturais e as dinâmicas sociais e econômicas que moldam o cotidiano urbano.

Essa abordagem prioriza o uso racional do solo, a multifuncionalidade dos territórios, a equidade no acesso à infraestrutura e a valorização da diversidade de usos e modais.

Fundamentado em marcos globais de desenvolvimento urbano, como a Nova Agenda Urbana da ONU e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o Urbanismo Sustentável articula:

  • Implementação de infraestruturas verdes, como parques lineares, bacias de retenção e arborização urbana;
  • Planejamento de densidade urbana com foco em serviços acessíveis e proximidade funcional;
  • Promoção do uso misto do solo, integrando habitação, trabalho, lazer e serviços
    Expansão do acesso equitativo à cidade por meio de transporte público, calçadas e ciclovias. 

O objetivo é reduzir a dependência do transporte motorizado, reequilibrar as funções urbanas e promover uma cidade mais saudável, conectada e neutra em carbono.

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Mobilidade e clima: uma conexão direta

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o setor de transportes é responsável por quase um quarto das emissões globais de CO₂ relacionadas à energia, o que sublinha a urgência de integrar mobilidade eficiente e redução de emissões no planejamento urbano 

Em cidades de países em desenvolvimento, essa porcentagem pode ser ainda maior em países com infraestrutura urbana precária e urbanização acelerada.

A mobilidade sustentável, conceito que abrange o transporte coletivo eficiente, a mobilidade ativa e os sistemas integrados, se apresenta como uma das ferramentas mais diretas para:

  • Reduzir as emissões veiculares e o consumo de combustíveis fósseis; 
  • Diminuir a desigualdade territorial ao conectar periferias e regiões centrais; 
  • Promover a justiça climática ao garantir que populações vulneráveis tenham acesso a transporte seguro e eficiente. 

Cidades como Copenhague, Bogotá e Freiburg, que priorizam a mobilidade sustentável, apresentam ganhos consistentes na qualidade do ar, na redução dos tempos de deslocamento e na saúde urbana.

Leia também: Mobilidade urbana e descarbonização: A união necessária para cidades sustentáveis!

Urbanismo Sustentável: mobilidade ativa e inclusiva como elemento-chave

A mobilidade ativa, que inclui caminhar, pedalar e outros modos não motorizados, ocupa uma posição central nas políticas urbanas contemporâneas. É um meio de transporte eficiente, de baixo impacto ambiental e, ao mesmo tempo, um vetor de inclusão social, promoção da saúde e ampliação da acessibilidade nas cidades.

A adesão à mobilidade ativa está diretamente relacionada ao desenho urbano. A infraestrutura adequada — calçadas contínuas, ciclovias protegidas, iluminação pública, sombreamento natural e travessias seguras — tem impacto direto na escolha dos modos de transporte e na percepção de segurança e conforto.

Além disso, a construção de uma malha urbana realmente inclusiva exige o uso de dados territoriais e socioambientais qualificados, como:

  • Estudos de Impacto de Vizinhança (EIVs) que avaliem acessibilidade, ruído, tráfego e qualidade de vida;
  • Mapas de calor que identifiquem zonas críticas de deslocamento e congestionamento;
  • Indicadores de conectividade urbana para apoiar decisões de investimento em mobilidade.

Ao priorizar a mobilidade ativa, o urbanismo contribui para cidades mais eficientes, silenciosas, saudáveis e adaptadas às mudanças climáticas. Caminhabilidade e ciclabilidade deixaram de ser atributos periféricos e passaram a compor a espinha dorsal de cidades sustentáveis.

Clique aqui e saiba mais sobre como a mobilidade urbana afeta nossa qualidade de vida uma visão de Sérgio Myssior, diretor do Grupo MYR.

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A visão de Sérgio Myssior, diretor do Grupo MYR, sobre mobilidade e prioridades urbanas

Em outra análise para 98 News, Sérgio Myssior, diretor do Grupo MYR, propõe uma reflexão importante por ocasião do Dia Mundial Sem Carro, celebrado em 22 de setembro. O foco está na crise do transporte coletivo brasileiro, com destaque para o caso de Belo Horizonte, e nos caminhos possíveis para cidades mais humanas e sustentáveis.

Segundo dados citados por Sérgio, levantados pela Confederação Nacional do Transporte, 38,5 por cento das pessoas que deixaram de usar o ônibus, no ano passado, migraram para o carro próprio. A maioria aponta os seguintes motivos: tempo elevado de viagem, tarifas caras, desconforto e rotas pouco funcionais.

“É uma espécie de círculo vicioso. Quanto pior o serviço, mais gente abandona. Quanto menos gente utiliza, menor o volume de recursos injetado no sistema.”

(Sérgio Myssior, diretor do Grupo MYR)

Em Belo Horizonte, essa realidade se manifesta todos os dias. A cidade sofre com um sistema de transporte público deficiente, com linhas sobrecarregadas, horários irregulares e pouco planejamento integrado. Isso faz com que muitos usuários desistam do ônibus e busquem alternativas individuais, como carros ou aplicativos, aumentando ainda mais o trânsito, a desigualdade territorial e as emissões.

Apesar disso, o urbanista destaca que dois terços das pessoas que abandonaram o transporte coletivo voltariam a usá-lo se os problemas fossem enfrentados de forma séria e estruturada. Para isso, ele defende a priorização do transporte coletivo com redes integradas, sistemas rápidos como BRTs e monotrilhos, e tecnologias que favoreçam os modais sustentáveis.

A análise completa está disponível em dois formatos. Ouça no Spotify. Se preferir, clique aqui e leia o artigo completo. 

Planejamento urbano como ferramenta climática

Planejar mobilidade é, em essência, planejar clima. As decisões urbanas relacionadas ao uso do solo, infraestrutura viária e ocupação territorial têm impacto direto nas emissões, no conforto térmico urbano e na resiliência diante de eventos climáticos extremos.

Diversas estratégias podem transformar o planejamento urbano em um instrumento climático de alto impacto:

  • Operações Urbanas Sustentáveis: intervenções estratégicas que promovem requalificação urbana com foco em densidade equilibrada, transporte público e infraestrutura verde;
  • EIVs com enfoque em mobilidade: que avaliem, ainda na etapa de concepção, como o projeto impactará fluxos, acessibilidade e a eficiência energética da cidade;
  • Corredores ecológicos e redes de drenagem natural: que além de preservar a biodiversidade, ajudam a reduzir enchentes, melhorar a permeabilidade do solo e amenizar as ilhas de calor;
  • Políticas integradas de urbanismo, saúde pública, resiliência climática e justiça social, capazes de alinhar crescimento urbano com sustentabilidade e equidade. 

Essa integração entre áreas transforma o planejamento urbano em um instrumento decisivo para enfrentar a crise climática.

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Conte com o Grupo MYR para transformar cidades com planejamento sustentável e visão de futuro!

O Grupo MYR desenvolve soluções estratégicas para um Urbanismo Sustentável, integrando conhecimento técnico, inteligência territorial e compromisso ambiental. Atuamos lado a lado com gestores públicos e empreendedores privados na concepção de cidades mais conectadas, resilientes e centradas nas pessoas.

Com experiência em operações urbanas, infraestrutura verde, planejamento integrado e projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, somos referência em soluções ESG de classe mundial aplicadas ao território.

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Para saber mais sobre a nossa atuação nessa área, leia: Desenvolvimento Urbano Sustentável (DUS) em cidades brasileiras: Projeto ‘Cidade Presente’ conta com participação do Grupo Myr!

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