O inverno de 2023 foi marcado por temperatura mínima e máxima acima da média histórica em grande parte do Brasil.
A pergunta que fica agora é: Como será o verão por aqui após a onda de calor extremo que enfrentamos em setembro, ainda durante o inverno?
E como as mudanças climáticas estão contribuindo para esse aumento na ocorrência de períodos de calor intenso?
Continue a leitura para entender mais sobre o que podemos esperar da próxima estação e como as mudanças climáticas desempenham um papel crucial nesse cenário.
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Qual é a causa do calor extremo?
Antes de abordamos especificamente sobre o que podemos esperar do verão, é essencial compreender as razões por trás do calor extremo.
As ondas de calor estão se tornando mais frequentes e intensas em todo o mundo, e um dos principais impulsionadores desse fenômeno é a emissão de GEE na atmosfera.
Entenda como esse processo acontece:
O Efeito Estufa e o Aquecimento Global
O primeiro ponto fundamental é compreender o conceito de efeito estufa.
A atmosfera da Terra contém gases, como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4), que atuam como uma espécie de “cobertor” ao redor do planeta.
Esses gases permitem que a luz solar entre na atmosfera, aqueça a superfície da Terra e, em seguida, retenham parte desse calor.
A contribuição humana
Os seres humanos têm desempenhado um papel crucial no aumento das concentrações desses gases de efeito estufa na atmosfera.
Atividades como a queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), desmatamento e agricultura intensiva liberam grandes quantidades de CO2 e CH4 na atmosfera.
A Intensificação do Efeito Estufa
Com o aumento desses gases, a capacidade da atmosfera de reter calor também aumenta.
Como resultado, a temperatura média da Terra está subindo, um fenômeno conhecido como aquecimento global.
À medida que a Terra fica mais quente, isso intensifica as ondas de calor em várias maneiras:
- Mudanças nos padrões climáticos
O aumento das temperaturas globais provoca alterações nos padrões climáticos.
Com isso, observa-se uma tendência das massas de ar quente e seco a permanecerem por períodos mais prolongados, o que leva a ondas de calor que se estendem por mais tempo.
- Intensificação dos extremos
Com a atmosfera retendo mais calor devido ao aumento dos GEEs, as ondas de calor se tornam mais intensas, como as que o Brasil vem sofrendo desde setembro deste ano de 2023, amplificadas ainda pelo efeito do fenômeno El Niño.
As temperaturas podem subir para níveis perigosos, afetando a saúde humana, a agricultura e a vida selvagem.
Saiba mais sobre esse tema com a leitura do nosso post: Estresse Térmico: Saiba o que é e como ele nos afeta. Pesquisa pioneira revela dados alarmantes. Confira!
- Eventos climáticos extremos
Além do aumento nas temperaturas, o aumento dos GEEs também está ligado a eventos climáticos extremos, como secas mais severas e incêndios florestais.
Esses eventos, frequentemente, acompanham as ondas de calor.
- Ciclos viciosos
É importante ressaltar que as ondas de calor intensas e seus impactos negativos, por sua vez, contribuem para a emissão adicional de GEEs.
Incêndios florestais, por exemplo, liberam grandes quantidades de CO2 na atmosfera, criando um ciclo vicioso.
Leia também: Desastres socioambientais: O desafio é global, mas exige ações locais!
Com o calor extremo vivido em pleno inverno no Brasil, o que esperar do verão?
Não apenas o Brasil, mas o mundo todo está sendo afetado pelas mudanças climáticas e seus efeitos amplificados neste ano pelo El Niño.
As temperaturas médias globais para os três meses do verão 2023 no Hemisfério Norte (junho, julho e agosto) atingiram níveis recordes, conforme divulgado pelo observatório europeu Copernicus.
Durante o verão no Hemisfério Norte, ondas de calor, secas, inundações e incêndios impactaram a Ásia, Europa e América do Norte de maneira dramática, alcançando, em alguns casos, níveis sem precedentes.
Esses eventos resultaram em perdas significativas de vidas e danos consideráveis às economias e ao meio ambiente.
Além disso, o Hemisfério Sul não escapou dos registros de calor extremo, mesmo durante o inverno, sofrendo impactos similares.
O planeta está ficando mais quente: Temperatura média global superou os 2 °C em relação à era pré-industrial
Conforme o observatório Copernicus, no dia 17 de novembro de 2023, pela primeira vez na história, a temperatura média global superou os 2 °C em relação à era pré-industrial.
Este recorde alarmante destaca a iminência de uma preocupante onda de calor extremo. O mundo atingiu um marco crítico, registrando uma anomalia de 2,07°C nesse dia, reforçando a urgência de abordar as mudanças climáticas e implementar medidas eficazes para mitigar seus impactos.
Vale ressaltar que a temperatura global excedeu 2 graus duas semanas antes da COP28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde os países avaliarão o progresso em direção ao Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 2 graus acima dos níveis pré-industriais, com a ambição de restringi-lo a 1,5 °C.
Os diretores do Grupo Myr, Sérgio Myssior e Thiago Metzker, vão participar presencialmente de mais uma Conferência de Mudanças Climáticas da ONU.
A COP28 vai de 30 de novembro a 12 de dezembro. Acompanhe a nossa cobertura completa em nosso site!
O mundo está caminhando para um aumento de quase 3°C na temperatura global
Segundo um relatório da ONU, divulgado em 20 de novembro, mesmo se os países cumprirem seus atuais compromissos de redução de emissões, o mundo enfrentará um aumento de temperatura entre 2,5º C e 2,9º C em algum momento deste século.
O ano de 2023 está seguindo um caminho que o levará a ser o ano mais quente já registrado.
Afinal, o ano ainda não acabou e há a possibilidade de que o recorde seja superado, uma vez que o fenômeno El Niño, que desempenha um papel na elevação das temperaturas e na instabilidade climática, permanece em desenvolvimento no Pacífico equatorial oriental.
O verão no Hemisfério Sul vem aí!
Agora, diante do calor extremo que vivenciamos em pleno inverno e primavera no Brasil, é natural que surja a preocupação sobre o que nos reserva o verão, que começa oficialmente em 22 de dezembro de 2023.
Levando em consideração esses eventos climáticos globais, podemos prever um verão no Hemisfério Sul com temperaturas elevadas.
Segundo especialistas, no Brasil, com seu clima propenso a altas temperaturas, as mudanças climáticas e a degradação de diversos biomas estão intensificando o calor do verão.
Isso se traduz em ondas de calor cada vez mais intensas e recordes de temperatura.
Mas vale lembrar que a próxima estação também será influenciada pelo fenômeno El Niño, trazendo a previsão de um aumento nas chuvas, o que pode ajudar a aliviar o calor extremo, mas não significa que o verão deixará de ser quente e abafado, com calor e umidade associados.
Tudo isso ressalta a crescente emergência climática que enfrentamos.
Mudanças climáticas aumentam a ocorrência de cúpulas de calor intensas
A mudança climática tem resultado em um aumento na ocorrência de cúpulas de calor intensas.
Diversos estudos indicam um aumento na duração, intensidade e frequência de ondas de calor no Brasil. Leia no portal do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet): Ondas de calor são resultados das alterações climáticas nos últimos 60 anos.
Essas evidências estão em conformidade com as projeções científicas relativas ao aumento dos chamados eventos climáticos extremos no cenário atual.
Portanto, é crucial que continuemos a abordar as mudanças climáticas com a seriedade que elas merecem e adotemos medidas significativas para enfrentar esse desafio global.
E vale ressaltar ainda que o aumento da temperatura global prejudica comunidades vulneráveis, como aquelas que vivem em áreas ribeirinhas e regiões urbanas carentes de saneamento. Entenda sobre isso, lendo: Justiça Climática: Conheça o impacto desigual das Mudanças Climáticas e a busca por soluções!
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Saiba mais sobre a nossa atuação nessa área com a leitura do nosso blog: Mudanças Climáticas: Como o Grupo Myr apoia esta luta? Nesse mesmo blog, você também saberá quais caminhos podemos adotar para enfrentar essa crise.
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